quarta-feira, 19 de março de 2014

Um grito para o rock pernambucano

   Os eventos musicais em Pernambuco tendem a crescer cada vez mais, e não é novidade que o cenário cultural é enriquecedor das bandas locais. Mas o grande incentivo é a grande colaboração que acontece entre as bandas, meios de produções e mídias independentes, divulgação...No foco dessa parceria, existe um evento chamado Grito Rock Mundo. Esse evento já rola na nossa "Veneza city" há 3 anos, mas já chega na sua 12ª edição.  O evento ocorre em mais de 400 cidades e 40 países, e conta com a parceria entre produtores e bandas, a sua grande maioria sendo independente. Não é novidade ver eventos promovendo bandas independentes, mas o diferente é ver o evento abrir um colaborativo para a comunicação - uma cobertura colaborativa -, como fotógrafos, blogueiros, páginas de divulgação, produção de eventos, etc. É um festival onde todos crescem! 








   O Grito Rock Mundo foi idealizado pelo Espaço Cubo em 2003, como uma alternativa além do carnaval que acontecia na cidade de Cuiabá. Hoje é elaborado pelo Fora do Eixo, que é uma rede de coletivos e colaborativos espalhados por mais de 200 pontos no país. Graças a redes assim, a música independente tem chance de ganhar mais visibilidade, criando até conexões globais. Como o evento ocorre em datas muito próximas nas diversas cidades produtoras, há a oportunidade dos artistas saírem em pequenas turnês sem gastar tanto. O evento sempre conta com bandas de reggae, blues, rock claro, DJs, rappers...
   O evento no nosso estado já aconteceu em Porto de Galinhas 2009, em Olinda 2010, no Recife 2010, 2011 e 2013, em Jaboatão dos Guararapes 2011 e 2012, realizado pelos coletivos e produtores conectados a rede Fora do Eixo.






   A 4ª edição desse evento em Recife está sendo organizada pelo coletivo Misturativa e ocorrerá no dia 11 de abril no espaço Moeda Eletrônica, localizado óbvio na Rua da Moeda. Os artistas/bandas que estiverem interessados em participar do evento, podem se inscrever pelo site da TNB, apenas terão que fazer o cadastro no site, as inscrições começam hoje (19/04) e vão até o dia 22 deste mês. Como uma rede de colaboração, haverá espaço para banquinhas de vendas diversas e haverá a abertura de cobertura colaborativa, para pessoas e coletivos que se interessam em divulgar o evento, todas as vagas e inscrições serão gerenciados pelo Toque no Brasil (TNB), então fiquem antenados na rede, será um grande evento para blogues, páginas, bandas, fotógrafos, projetos diversos que pretendem interagir, crescer e divulgar! 





   Para mais informações sobre o festival entrem em contato com a organização: contato.misturativa@gmail.com 
(81) 9920-1092 / 8878.1827




quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sabiás da minha terra #03: Projeto Sal

Sal grosso, refinado, iodado... Diferentes formas de algo que é indiscutivelmente importante. Necessário para a sobrevivência dos seres vivos, já foi até forma de pagamento devido a função de conservar alimentos, além de conservar, o sal tempera, dá novo gosto. 

Sua vida tá sem sal? 

Com Jáder Cabral (voz e violão), Monterrúbio Neto (percussão), Breno Lins (baixo), Rafael de Queiroz (guitarra e voz), Anderson Moura (tecladista) e Luiz Barreto (bateria) o Projeto Sal busca temperar a vida misturando os mais diversos ritmos ao sotaque pernambucano, fazendo jus à originalidade das bandas do estado. Em "Cabe mais um", Jáder canta: "abre essa ciranda e deixa eu entrar", hoje, eu peço a vocês, alpercateiros, um espaço pra deixá-los entrar e acabar com a falta de sal.

O Sal surgiu da vontade do vocalista, que compunha e já tinha algumas músicas prontas pedindo para serem produzidas, tocadas e cantadas pelos fãs, de formar uma banda. Em Novembro de 2012 o primeiro EP da banda, Preocupação, foi lançado oficialmente durante a comemoração do aniversário de nove anos da loja Passa Disco, o pocket show contou com a participação de ninguém menos que Nena Queiroga.

Preocupação, primeiro clipe da banda.

Apesar do EP levar o nome dessa música, ela não é a minha favorita. Com cinco faixas autorais, "Pequenininho" e "Fardo" foram as músicas que me fizeram cantar junto, seja sofrendo por amor ou dançando um brega rasgado, respectivamente.

Por favor, me ama baixinho?

Eu vooou choraaaaaaaaar, vou beber, vou me acabar!

Não posso esquecer de dizer que a sexta faixa é uma versão lindinha demais de "Se tu quiser" de Xico Bezerra, durante o show os meninos do Sal tocam versões de outras músicas bem conhecidas como "Tareco e mariola", por exemplo.

Conversando com o percussionista, Monterrúbio, perguntei o que ele achava sobre o cenário musical em Pernambuco: "O cenário da música pernambucana está crescendo. Novos grupos estão surgindo, vemos Karynna Spinelli, Pouca Chinfra, Tibério Azul, Francisco Nery, Igor de Carvalho, o próprio Sal, bandas novas estão surgindo além das personalidades tradicionais como a família Sarmento, Lula Queiroga e Lenine. Pernambuco é riquíssimo musicalmente e só tende a melhorar". E o que o Sal tem a acrescentar nisso tudo?: "o Sal traz uma mistura de estilos, a raiz afro juntando com o rock'n roll, além de uma batida pesada do heavy metal com uma pegada eletrônica psicodélica. Acho que o Sal traz de novo exatamente isso, essa mistura, que na verdade nao é nova, pernambucano sempre gostou de misturar, de inventar. Mas o interessante é isso, o baterista é fã de heavy metal, o cantor de Lenine, Luiz Gonzaga, Gal Costa, o baixista tem influências de Red Hot e Pink Floyd, o tecladista é ligado ao eletrônico, o guitarrista é bastante eclético, indo do rock pesado, do metal ao samba e eu cresci ouvindo os mestres do samba, afoxés, maracatus, então em meio a isso tudo que já tem, a gente entra com a mistura", falou Monterrúbio e Rafael completou: "o Sal trás inovações à música pernambucana, sem perder o elemento da nossa terra, a raiz".


Sim, o Projeto Sal é essa mistura deliciosa de se ouvir. O tipo de banda que você pode escutar sem preocupação, porque você vai gostar. Uma combinação que deu certo e ainda vai dar muito o que falar. Sua vida tá sem sal? Quer uma boa ideia? Dia 12 de Setembro tem show na estação central do metrô do Recife às 16h. Que tal temperar a sua tarde com boa música?


Mais informações:

domingo, 1 de setembro de 2013

Meu pé de coelho

Uma crença que se baseia na ideia de ação e reação; determinadas atitudes, números ou palavras, que irão trazer sorte ou azar. É comum acreditar em sexta-feira 13, no azar do gato preto e de passar por de baixo de uma escada, acreditar na sorte trazida pela ferradura, pelo pé de coelho e trevo de quatro folhas. É comum ser uma crença pessoal, religiosa e cultural, e principalmente futebolística! Sendo uma crença futebolística será comum (de certo ponto de vista) sentir um odor vindo da camisa do seu amigo em dia de jogos, provavelmente porque ele não lava aquela camisa desde que o time ganhou uma libertadores há muitos e muitos anos. Comum é usar a mesma cueca de bolinhas todos os jogos, sentar na mesma cadeira, estar acompanhado sempre das mesmas pessoas, nunca olhar cobranças de pênaltis ou sempre dar um beijo na namorada antes do juiz apitar a partida. Sem contar que está extremamente proibida a ida aos jogos daquele seu amigo pé frio. EXTREMAMENTE PROIBIDA!



Vida de torcedor é coisa extremamente paranormal, pois num é que dá certo essas manias?  Há os que não acreditam em superstição, e para esses afirmo com todas as certezas desse mundo incerto: vocês não sabem o que é torcer espirituosamente! Sim, pois torcer mexe com nosso espírito, mexe com nosso coração e nossa lucidez, afinal, quem em sã consciência acha que uma cueca mal lavada trará sorte ao timão?

Para você que não acredita, e principalmente os que acreditam nessas manias todas, recolhemos depoimentos nada normais de torcedores fanáticos pelos seus times. Divirtam-se e identifiquem-se!


Rivardo Lima, torcedor do Fortaleza:




"Tomo banho no mesmo horário, ando do lado direito em direção ao estádio, entro com o pé direito e sento sempre no mesmo lugar."





Eleale Roberto Oliveira da Silva, torcedor do Sport:


"Vou com a mesma cueca em qualquer jogo desde os 15 anos. Tenho 19 agora."



Pedro Falcão, torcedor do Santa Cruz:

"Tem uma camisa velha do meu pai, que em toda decisão eu vou com ela. Essa camisa tem uns 13 anos, aí no dia da final do PE eu não pude ir por que tinha uma prova para fazer, fui para prova com a camisa e deu sorte, Santa campeão em cima do Sport.”  




Mike Torres, torcedor do Sport:

“Tinha mania de criar condicionais achando que tudo aquilo poderia influenciar no resultado dos jogos. Lembro que nunca fazia a barba no dia da partida, tinha que ser sempre até um dia antes, senão achava que não daria certo. Também utilizava de tradicionais e conhecidas manias, como usar a uma cueca/camisa específica para dias de jogo, considerando-as vestimentas da sorte. Lembro que fui a diversas festas de família em fins-de-semana com aquela roupa, sempre recriminado por isso.”


Nayara Amoêdo, torcedora do Sport:

"Costumava muito ir aos jogos com meu pai, quando era criança. Depois que eu voltei a ir assistir aos jogos no estádio, o primeiro jogo que eu fui, estava usando uma camisa do time, mas não percebi que estava com um furo embaixo das axilas, mais conhecidas como sovaco. E o Sport ganhou! Nunca costurei essa parte rasgada da camisa. E o engraçado é que quando eu fui com outras camisas, ou mesmo assisti em casa com outras camisas, o time perdia ou empatava, mas com a camisa do sovaco ventilado, era vitória certa. E tem o detalhe de que eu tenho uns 10 kg a mais e a camisa fica estourando em mim e hoje eu uso ela, suando, morrendo, com um top por baixo, ou então fico segurando a camisa."




Bruno Prestrelo, torcedor do Corinthians:

“Nunca fui de ter manias, mas como todo corinthiano, eu era amargurado por não ter ganhado uma libertadores. Ano passado quando o corinthians começou aos poucos a ir passando de fase, eu comecei a acreditar que dessa vez iria dar certo e que iríamos finalmente vencer a libertadores. Então, como sou fanático por Ayrton Senna (e ele era corinthiano também) e no meu quarto tem um quadro dele, eu comecei a levar o quadro para onde eu ia assistir aos jogos com meus amigos e colocava o quadro em pé numa cadeira de frente pra TV, como se estivesse assistindo conosco e fosse um amigo também. Funcionou na classificação das quartas de finais e levei isso até a final, para onde ia ver o jogo levava o quadro e colocava em pé na cadeira de frente para TV. E assim ganhamos a libertadores e o mundial.” 


                                     


Glenda Batista Brau, torcedora do Botafogo: 

"Não urino enquanto assisto ao jogo e sempre que compro uma camisa do clube, na primeira vez que uso, vejo derrota. Com isso, nunca mais uso."



 Se o fanatismo está ligado à loucura, que seja, e continue a nos divertir assim mesmo! O importante é ter o gostinho de que você contribuiu de certa forma para a vitória do seu time. E tome superstição!




quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Vamos falar sobre cinema?

No último sábado, dia 17, o longa "Tatuagem" do diretor recifense Hilton Lacerda ganhou o Kikito de melhor filme na 41ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Além desse, o filme ainda levou o Kikito de melhor trilha musical (DJ Dolores) e de melhor ator com Irandhir Santos. Tatuagem mostra Recife no período ditatorial e traz a tona os conflitos do jovem militar, Fininha (Jesuíta Barbosa), ao começar um relacionamento com o líder da trupe teatral Chão de Estrelas, Clecio Wanderley (Irandhir Santos).

Foto: Edison Vara
Ano passado o grande vencedor do festival foi "O som ao redor" do também recifense Kleber Mendonça Filho. Além de ganhar alguns Kikitos em Gramado, ganhou a categoria de melhor filme em outros festivais como: Festival do Rio, Festival da Polônia, Festival Copenhague, Festival de Nova York... Recebeu prêmio da crítica no Festival de Roterdã e entrou para a lista dos melhores filmes do ano segundo o jornal The New York Times assim como o austríaco Amor de Michael Haneke, Django Livre de Tarantino e Lincoln de, ninguém menos que, STEVEN SPIELBERG. Sem dúvida o cinema pernambucano vem firmando sua importância na produção audiovisual brasileira.

Durante os anos 20 a produção cinematográfica do estado era feita por encomenda de políticos e coronéis, que ao verem Recife em crise (a cidade havia perdido o posto de capital econômica do país) utilizaram esta mídia para mostrar o desenvolvimento. O movimento portuário, a construção dos armazéns e o bonde, por exemplo, estavam entre os principais temas abordados. Com a chegada do som aos filmes, vários projetos foram inviabilizados e só em 1942 o primeiro filme sonoro pernambucano é lançado, "O coelho sai" de Newton Paiva e Firmo Neto. O cinema pernambucano, apesar de ser divido em ciclos, nunca deixou de produzir filmes, entre eles vários documentários, entretanto com a chegada do manguebeat (manguebit ou mangue beat, você decide), um espírito de inovação tomou conta das produções, vários curtas foram lançados e, em 1996, Baile Perfumado de Lírio Ferreira e Paulo Caldas é exibido no Festival de Brasília coroando essa nova fase. 

Desde então foram lançados mais filmes que durante todo o século anterior. São curtas e longas que nos últimos anos têm recebido destaque e vêm sendo premiados chamando atenção para Pernambuco, fugindo do tradicional eixo Rio-São Paulo. Apesar de, até agora, o texto exaltar as maravilhas e o reconhecimento da produção audiovisual do estado, temos que reconhecer que ela não é levada em tão alta conta assim... Por mais bairrista que seja o pernambucano é muito difícil ouvir alguém dizer que assistiu (perceba que não falei em gostar) às produções pernambucanas. 

Depois de passar por todo o aperreio que é produzir um filme, apesar das leis de incentivo, a produção ainda não atinge um público com proporções razoáveis por diversos fatores. Entre eles: a falta de divulgação, a falta de espaço (cadê esses filmes nas salas do cinema mais próximo a sua casa? Geralmente eles são exibidos em seções especiais ou em cinemas alternativos) e a desconfiança do espectador. Nesse último ponto podemos elevar a discussão para âmbito nacional, por que assistir um filme que não foi tão divulgado, que ninguém conhece o diretor e que não sei se vou gostar? A comodidade de assistir uma produção Hollywoodiana é bem melhor. 

Como o Surra sempre defende o pensamento crítico, termino este post com um pedido. Abram suas mentes, procurem os filmes nacionais (já que eles não são tão bem divulgados e não chegam até você), assistam-os e deem uma chance a produção nacional e aí não falo apenas de Pernambuco, Rio ou São Paulo, o quanto estamos deixando de apreciar de outros estados? Há muita coisa boa sendo produzida, cabe a você abrir os olhos para vê-la.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Severinos #02: Caranguejo com cérebro.

É ''bater na mesma tecla'' dizer que Chico Science foi um cara arretado e tanto? É. Mas isso não é motivo pra deixar de falar e de lembrar da genialidade do Severino de hoje, Francisco de Assis França.

"Computadores fazem arte
Artistas fazem dinheiro.
Computadores fazem arte
Artistas fazem dinheiro.
Computadores avançam
Artistas pegam carona.
Cientistas criam robôs
Artistas levam a fama."

Quem lê a letra de "computadores fazem arte" pode nem perceber o quão genial ela é. Mas, Mari, ela diz o que todo mundo já sabe sobre tecnologia e arte andarem de mãos dadas, e a internet ajudar a promover a arte e... PARA. Sim, é isso mesmo que ela diz e por isso que é genial. Por acaso essa letra foi escrita no século passado já que o álbum "Da lama ao caos" foi lançado em 1994 e caso vocês não lembrem computadores e internet não eram populares, Chico definitivamente era uma pessoa a frente do seu tempo.

Nascido em Olinda, no dia 13 de Março de 1966 cresceu no bairro de Rio Doce. Em